Relacionamento
aberto
A quem diz que em um futuro
próximo os casamentos com relacionamento aberto serão predominantes, pois o
romantismo já ficou no passado mesmo e, há muita infelicidade nos casamentos
hoje em dia por conta da infidelidade dos casais. Além do mais, nos relacionamentos
fechados não se teria tanta liberdade.
Especialistas afirmam que esse
tipo de relacionamento ganhou força desde o surgimento dos anticoncepcionais,
ou seja, o motivo maior é o sexo, a busca de novos prazeres, enfim, a
satisfação de um instinto humano. Veja como o ser humano não contenta com o que
já tem, ele quer sempre mais, quer o diferente, o novo.
O relacionamento aberto,
por um lado, é bom, pois acaba com os ciúmes. O homem não precisa se preocupar
em passar na peixaria pra comprar peixe depois de um dia de “pescaria”, ou
melhor, nem precisa inventar essa desculpa tão batida, pode ir pra gandaia sossegado,
sem se preocupar em ter que arrumar toda a tralha para um dia de “pesca”. Só
mais um exemplo, o homem pode ir pro buteco sem ter hora pra chegar e nem se
preocupar se o Ricardão está em sua casa; em um relacionamento aberto não
existe traição. A mulher também tem suas vantagens, é claro.
Por outro lado, esse tipo
de relacionamento confirma como o ser humano tem se tornado cada vez mais
animalesco e vulgar. Ao invés de se preocupar com o espírito e com sua
capacidade de amar, ele busca satisfazer seus instintos mais primitivos,
tornando-se cada vez mais carnal e materialista. Parece que ainda não se
descobriu que a felicidade não está nas coisas efêmeras, não se descobriu que é
preciso olhar para o interior, para a alma. “Bem, mas isso já é romantismo”.
O relacionamento aberto não
tem muitas chances de fazer a felicidade dos casais, pois a liberdade pretendida
não passa de um aprisionamento nas futilidades de uma vida sem diálogo e sem
amor. Quando se ama de verdade é possível ser feliz. Com amor, um é mais que muitos.
Intensidade é melhor que quantidade. “Mas isso é romantismo”. Então que seja.
Maciel Santos
A humanidade e seus
vícios
Vícios! A humanidade é
viciada. Tudo se baseia na satisfação dos prazeres, dos mais banais aos mais
intensos. Esse é o objetivo do ser humano: sustentar seus vícios.
Usuários dos mais
diferentes tipos de drogas, queremos com isso alimentar o corpo e nosso desejo
de vida prazerosa, sem nenhum esforço, sem angústia, sem dor, sem sofrimento.
Como somos mesquinhos em pensar assim, é por isso mesmo que sofremos tanto.
Sim, sofremos por causa da ânsia de conseguir os prazeres mais efêmeros, muitas
vezes sem sentido, sem amor, sem paz. Parece que estamos muito vivos, mas
morremos a cada vez que nos sujeitamos aos drinks da “alegria”.
As drogas nos escravizam e
nos dão a ilusão de que somos totalmente livres. Oh! Maldita liberdade astuciosa,
cega-nos os olhos e nos corrompe o coração.
Não pense que estou
falando de álcool e drogas ilícitas, estas nos mostram claramente o que é
alimentar uma satisfação banal e ridícula que nos corrói por dentro e por fora.
Falo de drogas muito mais pesadas, que envenenam a alma e nos afogam num mar de
ilusões.
Viciamos facilmente nas
coisas materiais, e nas carnais então, nem se fala. Estamos num estágio bem
avançado desse vício que nos sufoca e nos faz sentir impotentes se não o
praticamos.
O mal maior é que nos
tornamos extremamente egoístas na satisfação dos nossos prazeres, não pensamos
em satisfazer o nosso próximo, mas a nós mesmos, primeiramente e acima de tudo.
Pode parecer exagero, mas quem se importa com o outro quando está obcecado por
tendências da moda, por exemplo? É o vício, o vício de comprar sempre o melhor
e o mais chique, só para alimentar uma vaidade mesquinha. Assim nos
individualizamos e esquecemos dos outros que muitas vezes nada têm.
Já que o vício é uma
tendência humana, por que não viciar em coisas sensatas? Por que não viciar em
conscientização, solidariedade e respeito a si próprio e ao semelhante? Parece
que não, mas estamos desrespeitando os nossos semelhantes e a nós mesmos ao nos
render aos vícios que no escraviza, que nos torna soberbos e indiferentes, que
nos mata o corpo e a alma pouco a pouco, sem que percebamos.
Mesmo sofrendo com nossos
vícios, continuamos a praticá-los. Precisamos ser mais fortes e vencê-los. Não
seria melhor se fossemos viciados no amor verdadeiro e no bem comum? Esse vício
sim, compensaria o esforço de alimentá-lo. A alegria, com certeza, não seria
passageira. E o sofrimento do vício, se houvesse, valeria a pena suportá-lo.
Maciel
Santos
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